A dúvida aguça sua inteligência. É um desafio. Você nem está nem dizendo sim, nem não. Está dizendo apenas uma coisa: “Não tenho conhecimento, e não irei confiar naquilo que não tenha experimentado, seja o que for, a menos que eu chegue a um ponto a partir do qual não posso duvidar, um ponto no qual, por mais que eu tente duvidar, minha dúvida continue falhando.”
A dúvida possui um significado profundo. Apenas aqueles que duvidaram até o fim descobriram o que é a verdade, o que é o amor, o que é o silêncio, o que é a beleza. O ceticismo não realiza nada. É completamente vazio, mas faz muito barulho, assim como tambores vazios fazem barulho. E você não pode argumentar com um cético, porque ele irá continuar dizendo não para tudo, para qualquer valor que você não puder colocar como objeto concreto na frente dele.
Mas a dúvida continua eliminando tudo aquilo que não é verdadeiro. É claro que esse é o caminho longo e árduo, mas, em última instância, apenas aquilo que é verdadeiro permanece. E ninguém pode negar a verdade quando se está frente a ela, vivenciando-a.
Não é uma crença. Você buscou, passou por muita ansiedade, angústia, desespero. Houve muitos momentos em que desejou parar, porque lhe parecia que a jornada não tinha fim. Não é verdade, há um fim: basta seguir em frente.
A dúvida é cirúrgica, ela corta tudo aquilo que é absurdo. Mas no final o verdadeiro permanece, desvelado. A dúvida remove os véus.
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